segunda-feira, 26 de março de 2007

Recife sofre com a falta de água há 20 anos

Recife (PE), uma das maiores capitais brasileiras, não tem água para abastecer todos os bairros. A água tem hora marcada para chegar. Os moradores da região sofrem com o racionamento há mais de 20 anos. A espera pela normalização do abastecimento chega a ser angustiante.
Recife é uma cidade que tem água por todos os lados, menos nas torneiras. De um lado está o rio e de outro, o mar. A capital de Pernambuco é conhecida como a Veneza brasileira, mas nem a periferia nem os bairros mais nobres escapam do rodízio no abastecimento.

Os reservatórios e barragens que abastecem o estado estão cheios.
O problema não é a falta de água, mas a distribuição. A rede de abastecimento é antiga e insuficiente. Em alguns bairros de Recife, a água não chega às ruas mais distantes e às casas que ficam nas partes mais altas.

A escassez transforma o líqüido em um produto requisitado. "Todos os dias, em cada viagem que faço, carrego cinco galões de água", calcula um motoqueiro. "Distribuímos em condomínios, hotéis, residências e hospitais", acrescenta um motorista.
Em Paulista, na região metropolitana, os moradores trocam o dia pela noite para esperar pela água. "Não é justo. A gente passa o dia inteirinho lutando, e à noite tem que esperar a água chegar", disse uma senhora.
Quando a água chega, é o início de uma madrugada de muito trabalho. A hora é de lavar a roupa, fazer a limpeza e aproveitar cada gota. "A água chega às 2h e acaba às 5h", comenta a moradora da cidade.

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