domingo, 25 de março de 2007

Água move economia da cana-de-açúcar

As águas degradadas do Rio Coruripe ganham novo percurso, aberto com as explosões de 40 mil quilos de dinamite

A usina de açúcar e álcool Coruripe começa a operar no próximo mês de abril, a maior barragem de Alagoas, que vai represar as águas do Rio Coruripe e controlar sua vazão. O reservatório tem capacidade para 60 milhões de metros cúbicos de água e 660 hectares de espelho d’água. Famílias que moram na área que será inundada vão ser removidas.

O engenheiro e fundador da obra, Tércio Wanrdeley, decidiu apostar na construção da usina, no coração do Vale do Coruripe, depois de ter passado por cheias históricas nos anos de 40 e 50, o objetivo é no sentido de garantir boas safras sem depender da oscilação climáticas. “Com água regulada pela barragem vamos fugir da dependência total do clima para a produção de cana e atingir a competitividade com os centros mais evoluídos, como São Paulo”, afirma o gerente agrícola da Coruripe, Cícero Augusto Bastos.

Homens e máquinas trabalham em ritmo pesado, 24 horas por dia, holofotes e linhas de lâmpadas focam o trabalho à noite, dentro de um grande corredor que se formou após a explosão de 40 mil quilos de dinamite. No Vale do Coruripe, Litoral Sul do Estado, a 120 quilômetros de Maceió, mais de 100 trabalhadores divididos por turno operam mais 36 máquinas agrícolas, como retroescavadeiras, tratores de esteira, colheitaderias e caçambas aos montes.

É necessário analisar os dois lados da moeda. Essa obra irá proporcionar diversos benefícios à natureza e ao crescimento das safras de cana-de-açúcar para o aumento da economia Brasileira, mas também irá desabrigar muitas famílias que moram na região do Vale do Coruripe. O aposentando João Experidião dos Santos, 60 anos, é uma das pessoas que serão remanejadas, a partir de abril, quando a barragem Coruripe estiver cheia. Ele nasceu e cresceu no local, a Fazenda Cachoeira, onde mora, ficará submersa. Na varanda, em sua cadeira de tira de plástico, ele não resiste à mudança.

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